O que é psicoterapia?
O Código de Ética Profissional veda ao psicólogo utilizar-se do relacionamento terapêutico para induzir a pessoa atendida à convicção religiosa, política, moral ou filosófica, bem como estabelecer com a mesma relacionamento que possa interferir negativamente nos objetivos do atendimento ou qualquer outro que viole princípios técnicos, éticos ou científicos.
Abaixo alguns destaques do Código de Ética Profissional do Psicólogo:
Princípios Fundamentais
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
Das responsabilidades dos Psicólogos
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.
Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias.
ÉTICA
Compreensão de que o indivíduo é fruto do seu meio social, ou seja, é também resultado do ambiente em que vive. Desta forma, para entender o que constitui uma pessoa, precisamos entender a realidade na qual ela está situada, sendo um passo precipitado a análise individualizante que desconsidera aspectos sociais em detrimento dos individuais.
Vivemos em uma sociedade marcada pela desigualdade social, intolerância religiosa, racismo, capacitismo, xenofobia e discriminações de gênero e/ou orientação sexual.
Será que todas as pessoas são iguais perante a sociedade?
Como esta realidade nos afeta?
Mais do que as respostas, são as perguntas que revelam a necessidade de uma escuta qualificada, pronta para identificar a natureza social presente em cada história de vida e, com isso, dar espaço para que todo e qualquer relato caiba no consultório, ainda que por meio de uma só voz.
SOCIAL
A singularidade é o que distingue uma pessoa de outras, é o que a torna única na ideia de espécie humana. A forma como percebemos a realidade é, portanto, única e particular, e possibilita a construção e a atribuição de sentido e significado às percepções. É a partir desta compreensão que podemos nos diferenciar daquilo que é universal e assumir uma natureza própria.
A escuta clínica toma, justamente, a natureza individual como base para intervir na realidade. É por meio da possibilidade de construção de novos sentidos, da ressignificação de elementos da nossa história, que mudamos a nossa relação com o mundo. E é a partir da nossa mudança individual que impactamos diferentemente na sociedade, fazendo da terapia uma intervenção também social.
INDIVIDUAL
ATENDIMENTO INDIVIDUAL, ÉTICO,
SOCIAL E TRANFORMADOR.
Afinal, o que é Psicoterapia?
Segundo o Conselho Federal de Psicologia, em sua Resolução CFP nº 010/00 DE 20 DE DEZEMBRO DE 2000:
"A Psicoterapia é prática do psicólogo por se constituir, técnica e conceitualmente, um processo científico de compreensão, análise e intervenção que se realiza através da aplicação sistematizada e controlada de métodos e técnicas psicológicas reconhecidos pela ciência, pela prática e pela ética profissional, promovendo a saúde mental e propiciando condições para o enfrentamento de conflitos e/ou transtornos psíquicos de indivíduos ou grupos".
Mas o que, de fato, acontece em uma sessão de terapia?
Costumo dizer que o trabalho do terapeuta é um relacionar-se dirigido.
Em outras palavras, é o compromisso de percorrer com o paciente um caminho em que, juntos, possam se aproximar da história vivida, dos seus modos de ser consigo mesmo e com os outros, dos seus planos de futuro e do que tem constituído a sua vida.
Todo trabalho psicoterápico é um trabalho de compreensão, de escuta. Compreender não é uma mera disposição para ouvir o outro. Compreender é buscar sentido e significado na experiência do outro para além do que foi dito. É buscar ver a pessoa plena e seu mundo, de forma que o terapeuta não precise entrar, literalmente, no mundo do paciente.
Do ponto de vista clínico, a compreensão aparece como se colocássemos a subjetividade do terapeuta entre parênteses para que assim seja possível se relacionar com o que aparece, ou seja, com o mundo do paciente que se impõe.
Assim, o que o eu posso te oferecer é a parceria na procura pela verdade de sua história a partir de uma escuta individualizada, mas também social, ética e transformadora.
Psicoterapia
TRANSFORMADORA
O potencial transformador da terapia se dá a partir da relação dinâmica e dialética, previamente descrita, entre indivíduo e sociedade.
Se de um lado, quando olhamos para o indivíduo, temos a oportunidade de reestabelecer verdades sobre nós e entendermos melhor a relação entre o que é nosso e o que é produto da nossa sociedade, do outro, quando olhamos para a sociedade, temos a oportunidade de não só sermos influenciados por ela como principalmente de influenciá-la.
Assim, a escuta clínica assume um papel importante de mudar realidades, individuais e sociais, e de estar em consonância com o projeto de mundo e de homem que melhor atenda ao que é próprio do humano e da humanidade.